Passarim, meu passarinho, desapareceu no mato e o mato, meu matinho, desapareceu no fogo, mas o fogo morreu cedo, deixou cinzas no meu peito.
Meu tatu,meu tatuzinho, se escondeu, buraco fundo homem cavou meio mundo, mas a fome nunca passa, quem tá vivo vira caça e deixa um gosto de saudade!
Claras manhãs de setembro chuvarada de caju, floração de aroeiras, doce mel do capuchu, onde está a jandaíra meu pé de mandacaru?
Meu índio, meu indiozinho, sou caboclo amansado; minha avó pegada a dente de cachorro bem treinado, onde foram meus parentes? Meu paraíso encantado?
Deixa eu cantar as mágoas sobre as águas poluídas; deixa eu chorar as feridas de minha terra, minha gente, deixa eu plantar no presente uma canção dolorida!
Um instante de silêncio e esta canção pela vida!
Compositor: Jose Vicente Filho (Ze Vicente) (SOCINPRO)Editor: Instituto Alberione (ABRAMUS)Publicado em 1996 (01/Set)ECAD verificado obra #14757 e fonograma #21601 em 11/Abr/2024 com dados da UBEM