Num sarau Na rua Itapiru, Em casa das Novais, O calor Está abrasador E tem gente demais. Mas tome polca!
Num sofá, A Dona Jacintinha Faz bolas de papel, E na janela, De papelotes, A Berenice namorisca o furriel.
A reclamar silêncio, Surge o Seu Fulgêncio, Um rotundo e bom comendador. Sim, porque, nesta altura, Chega o padre cura Com o corregedor.
"Hum, hum, senhorita, A honra desta dança Acaso quer dar?"
"Ó cavalheiro! A honra é toda minha, Porém já tenho par!" E tome polca!
Entra o Sousa, Que vem pisando em ovos Com as botas de verniz, Enquanto a esposa, De olhos em alvo, Fica torcendo Os cabelinhos do nariz.
Por trás de uma cortina, Vê-se a Minervina, Que é mais preta que um tição, Que diz entre risadas: "Quebra, Dona Alice! Quebra, Seu Beltrão!"
Atenção! Acordes da Dalila Seu Gil vai recitar Formam roda E o moço, encalistrado, Começa a gaguejar. T-Tome polca!
Vem o chá, Bolinhos de polvilho E outros triviais. "São onze horas. Apague o gás". E assim termina O bailarico das Novais. E tome polca!
Compositores: Jose Maria de Abreu (UBC), Luiz Carlos Peixoto de Castro (Luiz Peixoto) (UBC)Editor: Bandeirante (UBC)Publicado em 1992 (31/Jul) e lançado em 1992 (01/Ago)ECAD verificado obra #499705 e fonograma #654552 em 01/Abr/2024 com dados da UBEM