Ontem, ao luar, nós dois em plena solidão Tu me perguntaste o que era a dor de uma paixão Nada Respondi! Calmo assim fiquei! Mas, fitando o azul, do azul do céu A lua Azul eu te mostrei Mostrando-a a ti, dos olhos meus correr senti Uma nívea lágrima e, assim, te respondi: Fiquei a sorrir, por ter o prazer De ver a lágrima nos olhos a sofrer
A dor da paixão não tem explicação Como definir o que só sei sentir É mister sofrer, para se saber O que no peito o coração não quer dizer Pergunta ao luar, travesso e tão taful De noite a chorar na onda toda azul Pergunta ao luar, do mar à canção Qual o mistério que há na dor de uma paixão
Se tu desejas saber o que é o amor Sentir o seu calor O amaríssimo travor do seu dulçor Sobe o monte à beira mar, ao luar Ouve a onda sobre a areia a lacrimar Ouve o silêncio a falar na solidão De um calado coração, a penar A derramar, os prantos seus! Ouve o choro perenal, a dor silente, universal E a dor maior que é a dor de DEUS
Se tu queres mais saber a fonte dos meus ais, Põe o ouvido aqui na rósea flor do coração Ouve a inquietação da merencória pulsação. Busca saber qual a razão Por que ele vive, assim, tão triste, a suspirar. A palpitar em desesperação A teimar de amar um insensível coração Que a ninguém dirá no peito ingrato em que ele está Mas que ao sepulcro, fatalmente, o levará.
Compositores: Catulo da Paixao Cearence (Catulo da Paixao) (UBC), Pedro de Alcantara Filho (Xerem) (UBC)Publicado em 2002 (03/Dez) e lançado em 2002 (01/Fev)ECAD verificado obra #643687 e fonograma #487514 em 13/Abr/2024 com dados da UBEM