Chegando o tempo do inverno Tudo é amoroso e terno No fundo do Pai eterno Sua bondade sem fim
Sertão amargo, esturricado Ficando logo transformado No mais imenso jardim Num lindo quadro de beleza
No campo, até na floresta As aves lá se manifestam Compondo a sagrada orquestra Da natureza em festa
Tudo é paz, tudo é carinho Na construção dos seus ninhos Cantam alegres os passarinhos
O camponês vem prazenteiro Plantar o seu feijão ligeiro Pois é o que vinga primeiro Nas terras do meu sertão
Depois que o poder celeste Mandar a chuva pro nordeste De verde a terra se veste E corre água em borbotão
A mata com seu verdume As fulô com seu perfume Se enfeita de vaga-lume Nas noites de escuridão
Nesta festa alegre e boa Canta o sapo na lagoa E o trovão no Arreboa
Com a força dessa água nova O peixe e o sapo na desova O camaleão que se renova O verde-cana, que cor!
Grande cordão de borboletas Amarelinhas, brancas e pretas Fazendo tanta pirueta Com medo do bem-te-vi
Entre a mata verdejante Seu pajé extravagante O gavião assartante Que corre atrás da juriti
Nessa harmonia comum Num alegre zum zum zum Cantam todos os bichinhos
Compositores: Antonio Goncalves da Silva (Patativa do Assare) (UBC), Winston Geraldo Guimaraes Barreto (Gereba) (UBC)Editor: Nossamusica Phonografica (ABRAMUS)Publicado em 2002 (21/Nov) e lançado em 2002 (21/Out)ECAD verificado obra #802469 e fonograma #557749 em 08/Abr/2024 com dados da UBEM