O Malandro (Kurt Weill - Bertolt Brecht - versão livre de Chico Buarque/1977-1978) O malandro/Na dureza Senta à mesa/Do café Bebe um gole/De cachaça Acha graça/E dá no pé O garçom/No prejuízo Sem sorriso/Sem freguês De passagem/Pela caixa Dá uma baixa/No português O galego/Acha estranho Que o seu ganho/Tá um horror Pega o lápis/Soma os canos Passa os danos/Pro distribuidor Mas o frete/Vê que ao todo Há engodo/Nos papéis E pra cima/Do alambique Dá um trambique/De cem mil réis O usineiro/Nessa luta Grita (ponte que partiu) Não é idiota/Trunca a nota Lesa o Banco/Do Brasil Nosso banco/Tá cotado No mercado/Exterior Então taxa/A cachaça A um preço/Assustador Mas os ianques/Com seus tanques Têm bem mais o/Que fazer E proíbem/Os soldados Aliados/De beber A cachaça/Tá parada Rejeitada/No barril O alambique/Tem chilique Contra o Banco/Do Brasil O usineiro/Faz barulho Com orgulho/De produtor Mas a sua/Raiva cega Descarrega/No carregador Este chega/Pro galego Nega arrego/Cobra mais A cachaça/Tá de graça Mas o frete/Como é que faz? O galego/Tá apertado Pro seu lado/Não tá bom Então deixa/Congelada A mesada/Do garçon O garçon vê/Um malandro Sai gritando/Pega ladrão E o malandro/Autuado É julgado e condenado culpado Pela situação 1977 © by Cara Nova Editora Musical Ltda.
Compositor: Francisco Buarque de Hollanda (Chico Buarque) (UBC )Editor: Marola Edicoes (UBC )ECAD verificado obra #2075670 em 11/Abr/2024 com dados da UBEM
Ouça estações relacionadas a Chico Buarque no Vagalume.FM