Toda vez que eu viajava pela Estrada de Ouro Fino de longe eu avistava a figura de um menino que corria abrir a porteira e depois vinha me pedindo: - Toque o berrante seu moço que é pra eu ficar ouvindo.
Quando a boiada passava e a poeira ia baixando, eu jogava uma moeda e ele saía pulando: - Obrigado boiadeiro, que Deus vai lhe acompanhando pra aquele sertão à fora meu berrante ia tocando.
Nos caminhos desta vida muitos espinhos encontrei, mas nenhum calor mais fundo do que isso que eu passei A minha viagem de volta qualquer coisa eu cismei Vendo a porteira fechada e o menino não avistei.
Apeei do meu cavalo e no ranchinho à beira chão Ví uma mulher chorando, quis saber qual a razão - Boiadeiro veio tarde, veja a cruz no estradão! Quem matou o meu filhinho foi um boi sem coração!
Lá pras bandas de Ouro Fino levando gado selvagem quando passo na porteira até vejo a sua imagem Seu rangido tão triste mais parece uma mensagem Daquele rosto trigueiro desejando-me boa viagem.
A cruzinha no estradão do pensamento não sai Eu já fiz um juramento que não esqueço jamais Nem que meu gado estoure, e eu precise ir atrás Neste pedaço de chão berrante eu não toco mais.
Compositores: Luiz Raymundo (Luizinho) (UBC), Teddy Vieira Azevedo (Teddy Vieira) (UBC)Editor: Universal Music Publishing Mgb Brasil Ltda (UBC)Publicado em 2007 (19/Mar)ECAD verificado obra #1607 e fonograma #1270545 em 10/Abr/2024 com dados da UBEM