Ei! Senhor meu, rei do tamborim, do ganzá! Cante um cantar, forme um repente pra mim Aqui – Nordeste! – um país de esquecidos, Humilhados, ofendidos e sem direito ao porvir. Aqui – Nordeste! – Sul América do sono... no reino do abandono não há lugar pra onde ir.
De Nashville pro sertão (se engane não!) tem muito chão! Tem, meu irmão, muito baião. E, em New Orleans, bandos de negros afins tocam, em bandas, banjos, bandolins... Onde jaz meu coração?
Em mim, desse canto daqui – lugar comum – como no assum, azul de preto, o canto é que faz cantar. Cresce e aparece em minha vida e eu me renovo no canto – o pio do povo. Pio. É preciso piar.
Ah! minha voz – rara taquara rachada – vem, soul-blues, do pó da estrada e canta o que à vida convém! Vem, direitinha, da garganta desbocada mastigando... in-nham... in-nham cheinha de nhém, nhém, nhém.
Compositor: Antonio Carlos Belchior (Belchior) (UBC)Editor: Fortaleza (AMAR)Publicado em 2014 (04/Mar) e lançado em 2013 (30/Out)ECAD verificado obra #59465 e fonograma #12682167 em 04/Abr/2024 com dados da UBEM